A Prefeitura de Carmópolis de Minas instaurou uma sindicância administrativa para apurar o desaparecimento de R$ 2.092.000,00 das contas do município. A medida foi formalizada por meio da Portaria nº 1.811 assinada pelo prefeito Celinho, publicada em 10 de junho, e ocorre após cerca de um mês que o caso foi sido comunicado pela primeira vez à Polícia Civil em 15 de maio, data em que os saques desautorizados foram identificados.
Segundo a administração municipal, os valores foram retirados por meio de ao menos três movimentações financeiras, atingindo quatro contas da Prefeitura. Entre elas, uma seria vinculada a convênios provenientes de emendas parlamentares federais, repassadas via Caixa Econômica Federal.
A sindicância interna tem como objetivo apurar eventual envolvimento de servidores municipais e/ou terceiros nos saques. A comissão é composta pelas servidoras efetivas Cláudia Eliane Costa (presidente), Luciene Marília Morais Pacheco de Andrade e Mariete da Consolação Freitas, todas com reputação séria e ilibada no serviço público. O advogado Moacir Ribeiro de Oliveira Júnior, assessor jurídico do município, foi designado para prestar apoio legal à comissão, que terá 30 dias para concluir os trabalhos e apresentar relatório.
A portaria destaca que servidores da administração tinham acesso às senhas de movimentação das contas atingidas.
No dia 4 de junho, agentes da Polícia Federal estiveram na sede do Executivo e recolheram computadores. O caso está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, em razão do envolvimento de recursos da União.
A Prefeitura divulgou nota afirmando que as contas teriam sido alvo de ataque de criminosos digitais. Após detectar o problema, o Executivo acionou a instituição bancária e adotou medidas de segurança. O vice-prefeito Gilberto Rabelo Silveira confirmou o ocorrido e mencionou a possibilidade de ataque hacker. Ele afirmou que a gestão aguarda a restituição dos valores. Como ainda não ocorreu, o município ingressou com uma ação na justiça.
No Legislativo, o presidente da Câmara Municipal, Fernando Lebron, afirmou que o Parlamento acompanhará a apuração. Durante sessão ordinária, o vereador Marcelo informou que a resposta da Caixa Econômica Federal será comunicada oficialmente à Casa dentro do prazo regimental.
Moradores também se manifestaram. Um cidadão ouvido pelo Carmópolis Notícias criticou a nota oficial da Prefeitura e defendeu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Ele também questionou os gastos públicos com eventos festivos diante da situação financeira do município.
Até o momento, não há confirmação oficial sobre suspeitos nem previsão para a conclusão das investigações externas.
Jornal Carmópolis Notícias