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Crepúsculo - por Júnia Paixão, poeta e escritora

Minha mãe, em seus últimos tempos, adquiriu o hábito de se sentar no alpendre para acompanhar o fim das tardes!

Lívia Godói
Por: Lívia Godói
26/09/2024 às 09h13
Crepúsculo - por Júnia Paixão, poeta e escritora

Minha mãe, em seus últimos tempos, adquiriu o hábito de se sentar no alpendre para acompanhar o fim das tardes! Quase todos os dias eu ia à sua casa para tomarmos café juntas e depois, fazíamos o ritual de ver o sol se pôr atrás do morro, de contemplar as luzes do entardecer se modificando, pintando telas diferentes a cada dia. Sinto muita falta dessas ocasiões. Em meu celular guardo dezenas de fotos crepusculares daquela varanda.

 

Nos últimos tempos também, ela passou a conversar menos, como se estivesse absorta em pensamentos e divagações, se ensimesmando. Já se preparava para a viagem final. Mas na varanda velando o morrer do dia ela falava. Admirava a beleza do céu, se encantava com a corrida dos pássaros em busca de abrigo, agradecia a possibilidade de estar ali, naquele momento, apenas contemplando. Aliás, a gratidão foi uma marca desses momentos dela entre nós.

 

Era também nessas horas que ela contava alguns casos, passagens de sua vida na infância e juventude. Nunca falava dos problemas pelos quais passou, dos tempos difíceis que sei que enfrentou. Não se queixava de nada. Escolheu guardar o lado bom das coisas, elegeu as passagens leves de sua história para reviver, e voltou principalmente para os tempos de criança. Falava muito de sua mãe e de sua avó, figuras de afeto e abrigo.

 

Num domingo à tardinha, enquanto o dia terminava, ela foi embora. Gosto de pensar que foi uma escolha, a hora do dia que gostava, as cores do crepúsculo, os pássaros voando de volta aos seus abrigos. Ela voou de volta aos seus e deixou para sempre o entardecer de herança. Desde então, todos os dias quando o sol se põe, oferecendo um espetáculo visual, converso com minha mãe e a abraço.

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Carmo da Mata - MG
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A cidade foi, no século XVII, a região por onde transitavam, obrigatoriamente, aqueles as que se dirigiam a Goiás, pela antiga Picada de Goiás, que indicava o caminho do oeste aos bandeirantes.

Por volta de 1753, Inácio Afonso Bragança por ali passou e se encantou. A terra era fértil, banhada pelo rio Boa Vista, com campinas imensas e matas colossais, tornando a região o sítio ideal para uma sesmaria.

A origem do topônimo é uma homenagem à santa padroeira, Nossa Senhora do Carmo, e suas m
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